Fundação
Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de
Janeiro
Centro
de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade
Federal Fluminense
Curso
de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina:
Português 2
Coordenador:
Gerson Rodrigues
AD1
- 2016/ 1
Aluno(a):
Marcelo Pavesi Lopes
Polo:
Itaperuna – RJ
Matrícula: 15213120046
Nota:
10,0
Questão
1.
Observe
o trecho de reportagem do Jornal O Estado de São Paulo:
Disponível
em:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,filha-de-chavez-pede-que-povo-da-venezuela-ore-pelopresidente,
004548,0.htm
Acesso
em 05/03/2012
Filha
de Chávez pede que povo da Venezuela ore pelo presidente
Governo
venezuelano anunciou que problemas respiratórios do líder
bolivariano pioraram
CARACAS
- María Gabriela Chávez, uma das filhas do presidente venezuelano,
Hugo Chávez, agradeceu as mensagens de solidariedade transmitidas ao
seu pai e pediu aos venezuelanos, por meio de sua conta no Twitter,
que orem pela saúde do líder bolivariano. "Todo meu amor a
vocês! Estamos nas mãos de Deus! Venceremos!"
Na
noite de segunda-feira, o governo
da Venezuela informou que os problemas respiratórios de Chávez
tinha piorado e
ele estava sofrendo de uma nova infecção respiratória "severa".
O
líder socialista, de 58 anos, passou quase três meses sem ser visto
nem ouvido em público desde que se submeteu à operação para
tratar um câncer em Cuba no início de dezembro. Foi a quarta
cirurgia desde que a doença foi diagnosticada, em meados de 2011.
"Hoje,
há uma piora de sua função respiratória relacionada com seu
estado de imunodepressão próprio de sua situação clínica.…
existe agora uma nova e grave infecção", disse o ministro da
Informação, Ernesto Villegas, lendo o mais recente comunicado
oficial sobre a condição do presidente.
Chávez
fez um surpreendente retorno à Venezuela durante a madrugada há
duas semanas, sem a festa e celebração que marcaram seus retornos
anteriores do tratamento em Havana. O governo disse que ele agora
está lutando por sua vida em um hospital militar de Caracas. Guardas
armados montaram um forte esquema de segurança do lado de fora.
"O
presidente tem recebido quimioterapia de forte impacto, entre outros
tratamentos complementares...seu estado geral continua sendo muito
delicado", afirmou Villegas.
Chávez
sofreu várias complicações após a cirurgia do dia 11 de dezembro,
incluindo um sangramento inesperado e uma outra infecção
respiratória grave, que as autoridades disseram ter sido controlada.
O governo disse que ele tinha dificuldade para falar porque estava
respirando através de um tubo traqueal, mas que estava dando ordens
a ministros por escrito.
"O
comandante-presidente permanece apegado a Cristo e à vida,
consciente das dificuldades que está enfrentando, e cumprindo
rigorosamente o programa criado por sua equipe médica", disse
Villegas.
Após
uma missa emocionada no hospital militar na sexta-feira, o
vicepresidente Nicolás Maduro -sucessor indicado por Chávez caso
ele seja incapaz de continuar como presidente - disse que o
presidente decidiu por si mesmo vários dias antes que iria voltar de
Cuba para a Venezuela. Chávez começaria uma fase "mais forte e
intensa" de seu tratamento, afirmou Maduro, me
queria estar em Caracas.
Caso
o líder venezuelano renuncie ou venha a falecer, uma eleição seria
realizada dentro de 30 dias e, provavelmente, colocaria Maduro contra
o líder da oposição Henrique Capriles, que perdeu para Chávez na
eleição presidencial em outubro.
Questão
1
(3,0)
Leia
o trecho:
Após
uma missa emocionada no hospital militar na sexta-feira, o
vicepresidente Nicolás Maduro - sucessor indicado por Chávez caso
ele seja incapaz de continuar como presidente - disse que o
presidente decidiu por si mesmo vários
dias antes que
iria voltar de Cuba para a Venezuela. Chávez começaria uma
fase "mais forte e intensa" de seu tratamento,
afirmou Maduro, e queria estar em Caracas.
a)
No
trecho há duas ocorrências de sujeito oculto. Explique o porquê da
utilização desse tipo de sujeito pelo autor.
Trechos
com o sujeito oculto:
1)
“...que iria
voltar de Cuba para a Venezuela.”
2)
“...e queria estar em Caracas.”
Apesar
de não constar da Nomenclatura Gramatical Brasileira, o sujeito
oculto, também chamado desinencial ou elíptico, tem
sido registrado, de forma relevante, em muitas gramáticas
brasileiras.
Esse
tipo de sujeito pode ser identificado através de duas formas: pela
identificação da desinência verbal ou pela presença do sujeito no
contexto anterior.
Nos
casos em destaque nesta questão, temos a segunda opção. Vejamos o
contexto anterior aos sujeitos ocultos pesquisados:
1)
“o presidente decidiu por si mesmo vários dias antes que
iria voltar de Cuba para a Venezuela.”
2)
“Chávez começaria uma
fase "mais forte e intensa" de seu tratamento,
afirmou Maduro, e queria estar em Caracas.”
Os
sujeitos simples das orações anteriores “o presidente” e
“Chavez” também atuam, ocultos, como sujeitos das orações
grifadas e analisadas, respectivamente, conclusão a que se chega
pela análise de todo o contexto do segmento de texto analisado.
Essa
estratégia de escrita traz uma eficiência considerável, pois evita
repetições, tornando o texto mais sintético.
b)
Faça
uma tabela de, pelo menos, três autores diferentes com as definições
de sujeito oculto e com os diferentes nomes atribuídos por cada um.
Autor/Bibliografia
|
Definição
de Sujeito Oculto
|
José
Carlos de Azeredo – Gramática Houaiss da Língua Portuguesa
(páginas 224 e 225)
AZEREDO,
J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2014.
|
É
chamado de ELIPSE DO SUJEITO, quando o lugar do sujeito
está vazio, mas sua existência segue assinalada de duas formas:
na flexão verbal ou no sujeito antecedente de frase anterior
|
Celso
Cunha & Lindey Cintra – Nova Gramática do Português
Contemporâneo (páginas 141 e 142)
CUNHA,
C; CINTRA, L. Gramática do português contemporâneo. 6.ed. Rio
de Janeiro: Lexikon, 2013.
|
Classificado
como SUJEITO OCULTO (DETERMINADO), é aquele que não está
materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela
desinência verbal ou pela presença do sujeito em outra oração
do mesmo período ou de período contíguo
|
Evanildo
Bechara – Moderna Gramática Portuguesa (página 409 e 592)
BECHARA,
E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. rev., ampl, e atual,
conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2009.
|
Evanildo
Bechara, discorda completamente, e analisa sob uma outra vertente,
refutando a existência uma elipse do sujeito, e
ressaltando o fato de não ser mais, exigência gramatical, a
explicitação do sujeito:
“Vê-se,
então, que não
se pode falar, a rigor, de elipse do sujeito, quando aparece
apenas o núcleo verbal da oração,
já que ele aparece sempre presente na forma verbal flexionada no
morfema que representa o sujeito gramatical (1.ª, 2.ª e 3.ª
pessoas, do singular ou plural). Trata-se, pelo contrário, da sua
expansão ou não, mediante o sujeito explícito,
fato
que não está mais na exigência da gramática
(quando há, é claro”, relação
predicativa referida, mas do texto, para a transmissão efetiva e
clara da mensagem).” (página
409)
“Assim,
não se há de considerar elipse a omissão do sujeito léxico já
que ele está indicado na desinência verbal, o sujeito
gramatical. A necessidade de explicitação do sujeito
gramatical
mediante um sujeito explícito é ditada pelo texto; a rigor,
portanto, não se trata da “elipse” do sujeito, mas
do “acréscimo” de expressão que identifique ou explicite a
que se refere o sujeito gramatical indicado na desinência do
verbo finito ou flexionado. Em português, salvo nos casos de
ênfase ou contraste, não se explicita o sujeito gramatical
mediante os pronomes sujeitos de 1.a e 2.a pessoas do singular e
do plural:
Sairei
depois do almoço (desnecessário: Eu sairei...)
Foste
contemplado na crítica (desnecessário: Tu foste…)
Mas:
Eu
sairei, e tu ficarás.” (página 592)
|
Questão
3
(2,0)
Ainda
sobre o trecho anterior, há a ocorrência de um predicativo do
sujeito. Identifique essa ocorrência e diferencie predicativo do
sujeito e predicativo do objeto, apresentando exemplos
A
ocorrência de predicativo do sujeito está exposta abaixo, sendo
“seja” o verbo de ligação, caracterizando o predicado nominal.
Enquanto o trecho: “incapaz de continuar como presidente”, o
predicativo que qualifica o Sujeito “ele”:
“...caso
ele seja incapaz de continuar como presidente...”
Enquanto
o predicativo do sujeito pertence ao predicado nominal, sendo o seu
núcleo, atribuindo uma qualidade, singularidade ou característica
ao sujeito; o predicativo do objeto apresenta duas características
básicas: acompanha o verbo de
ligação implícito e
pertence ao predicado verbo-nominal, qualificando
o objeto direto
do verbo em questão.
-
Exemplo de Predicativo do
Sujeito (Predicado Verbal):
Ela
entrou em casa apressada.
(VL)
(Predicativo
do Sujeito, qualifica o sujeito “Ela”)
VL
= Verbo de Ligação
-
Exemplo de Predicativo do Objeto (Predicado Verbo-nominal)
Ela
viu um homem apressado.
(VTD)
(Objeto Direto)
(Predicativo do Objeto, qualifica o objeto
direto: “um homem”)
VTD
= Verbo Transitivo Direto
Questão
4
A
partir da leitura do excerto que segue, faça o que se pede
.
“A
demora na votação da pena dos mensaleiros acaba sendo uma boa para
os condenados.
Sem Ayres Britto, que se aposenta na semana que vem, o grupo que está
votando com Joaquim Barbosa perde um integrante,
enquanto que a turma de Ricardo Lewandowski segue sem defecções.”
a)
Temos no trecho duas frases que podem ser chamadas de periodo. A
definição de frase e periodo são sempre coincidentes? Em caso
negativo, explique como se diferenciam. (1,5)
Podemos
definir frase como um enunciado comunicativo com sentido completo,
capaz de, dotadas
de entoação (na
linguagem escrita aparece como sinais de pontuação)
própria, e acompanhadas de gestos peculiares, satisfazer as
necessidades expressivas do
comunicante,
podendo possuir verbo ou não (frase nominal). A
frase se define pelo propósito de comunicação, e não pela sua
extensão.
A
definição de Período contempla a composição por uma ou mais
orações. A oração é definida como uma
estrutura verbal, contém obrigatoriamente verbo em seu bojo. Então,
o período, que é composto de oração, uma ou mais, diferencia-se
da frase por possuir verbo, sempre. Já, a frase pode ser apenas
nominal, quando não possui a presença do verbo.
O
Período é uma frase que possui uma ou
mais orações e, por extensão, um ou mais verbos. Então,
como temos frases sem verbos, chamadas frases nominais, as definições
de frase e período nem sempre são coincidentes.
b)
A expressão “uma boa” é um predicativo do sujeito. Que tipo de
palavra exerce a função de núcleo em um predicativo? (1,0)
As
classes de palavras que assumem a função de predicativo do sujeito
são do tipo: substantivo (ou expressão substantivada), adjetivo (ou
locução adjetiva), pronome, numeral e Oração Substantiva
Predicativa.
c)
Na frase “A demora na votação da pena dos mensaleiros acaba sendo
uma boa para
os condenados” que
tipo de predicado encontramos? Explique como se faz essa
identificação do predicado. (1,5)
Trata-se
de um Predicado Nominal, pois possui uma locução verbal (ou locução
perifrásica = verbo auxiliar/acaba + verbo no gerúndio/sendo) com
função de verbo de ligação (cujo principal função é conectar o
sujeito e o predicativo do sujeito, estabelecendo entre ambos a
concordância número-pessoal devida – “A demora”, núcleo do
sujeito, concorda com “boa”, predicativo do sujeito), sendo que o
adjetivo “boa” é um qualificador do sujeito: “A demora
na votação da pena dos mensaleiros”, cujo núcleo está em
destaque.
Então,
podemos destacar como características que nos fazem afirmar ser um
Predicado Nominal: verbo de ligação atuando como ponte entre o
sujeito e o núcleo do predicado: o predicativo do sujeito.
d)
A expressão “para
os condenados”
exerce que função? Explique como você a identificou. (1,0)
É
um Complemento Nominal, que pode ser definido como um termo
que complementa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim,
pode referir-se a substantivos,
adjetivos ou advérbios,
sempre por meio de preposição, no
caso a preposição: “para”.
Assim,
a expressão supracitada (“para os condenados”) complementa o
adjetivo, com função de predicativo do sujeito, “boa”, presente
no trecho em análise.
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