Professores
Eduardo Kenedy e Ricardo Lima
-
INTRODUÇÃO
O
uso normal da linguagem humana não apresenta
quase nenhuma semelhança do que se passa com os
animais. Crianças muito pequenas, já aos três ou quatro anos, são
capazes de muito mais do que a memorização de algumas dezenas de
palavras.
A
aquisição da linguagem é um fenômeno compulsório entre os
humanos. As crianças não podem escolher não adquirir a língua do
ambiente. A aquisição de é muito mais algo que acontece com
a criança do que algo que a criança faz.
Somente
situações específicas extraordinariamente anômalas, como
deficiências cognitivas graves ou isolamento social severo, podem
impedir o nascimento da linguagem na mente de uma criança.
A
principal característica das línguas humanas, seja nas crianças ou
nos adultos, é a CRIATIVIDADE,
isto é, a capacidade de criar e compreender novas frases e
discursos, diferentes daqueles que já produzimos ou já ouvimos. A
CRIATIVIDADE
é
a principal propriedade das línguas naturais. Tenha atenção
porque, ao contrário do que o nome sugere, “ser criativo” para a
linguística não quer dizer “ser inventivo”, “ser genial” ou
“ser artístico”. A criatividade é um termo técnico que se
refere à nossa capacidade normal de produzir e compreender um número
ilimitado de frases e discursos. Cada frase e cada discurso que
proferimos ou ouvimos em nosso dia a dia é sempre uma criação
inédita e única.
Você
deve estar se perguntando por que isso acontece.
Por que os humanos são capazes de adquirir e usar uma língua
tão natural e rapidamente, mas os animais não conseguem, mesmo que
sejam submetidos a longos e rigorosos treinamentos?
A
resposta que a linguística
gerativa
apresenta para essa pergunta é a seguinte: um
indivíduo humano parece possuir alguma predisposição
genética para adquirir e usar a língua de seu ambiente.
Isto é, essa capacidade de adquirir e usar uma língua de maneira
tão rápida e natural, seja qual for a língua (português, alemão,
inglês, xavante, sueco, guarani...) e mesmo que haja mais de uma
língua no ambiente (como é caso das comunidades bilíngues ou
multilíngues), parece ser fruto de uma disposição biológica
exclusiva da espécie humana.
-
Competência
Linguística versus Desempenho Linguístico
A
competência
linguística
humana
é a nossa língua-I, ou seja, é a nossa capacidade de produzir e
compreender expressões linguísticas compostas pelos códigos da
língua-E de nosso
ambiente.
Nossa
competência linguística permanece
em estado de repouso em nossa cognição quando estamos dormindo ou
quando estamos pensando silenciosamente em coisas que não recrutam a
linguagem. Ela só se torna ativa quando nos engajamos numa conversa,
seja como falantes ou como ouvintes, ou quando escrevemos ou lemos um
texto.
Uma
coisa é a nossa competência linguística e outra coisa é o uso
concreto que, numa situação de comunicação real, fazemos dessa
competência, que
é denominado desempenho
linguístico,
ou performance
linguística, pois
muitos
aspectos do uso da linguagem parecem ser completamente exteriores
ao nosso conhecimento linguístico, como
por
exemplo, o aparelho fonador humano, que
fazem
parte de outro domínio do corpo humano e não é neles que a
essência de nossa linguagem se encontra. Prova disso é que a
capacidade linguística humana pode realizar-se por outros meios,
inteiramente independentes do aparelho fonador, como acontece nas
línguas de sinais usadas pelas pessoas surdas.
O
casal Gardner resolveu treinar a chimpanzé Washoe com palavras da
LSA. Washoe aprendeu a realizar fantásticas proezas comunicativas
com a LSA, mas tal desempenho em muito pouco se assemelha ao uso
naturalmente
criativo – no sentido técnico que já conhecemos para o termo
criatividade
–
que crianças surdas em fase de aquisição da língua de sinais de
seu ambiente (a sua língua-E) conseguem fazer. Diferentemente do que
o casal Gardner imaginou, a incapacidade de Washoe ou de qualquer
macaco em usar plenamente uma língua humana, oral ou gestual, não é
um problema de performance,
mas, sim, um problema de competência linguística.
Alex,
o papagaio africano, é um caso complementar ao de Washoe. Em razão
da estrutura anatômica do sistema respiratório e deglutivo, um
aparelho fonador mais ou menos adequado para imitar a fala humana,
dos papagaios de sua espécie,
Alex conseguia produzir muitos sons idênticos aos do inglês, língua
usada oralmente durante o seu treinamento. Porém, somente deter esse
mecanismo de desempenho não tornou o animal apto a usar uma língua
humana de maneira normal (criativa),
pois a ele faltava o essencial: a competência linguística. Eles (os
papagaios)
são capazes de repetir um número relativamente grande de expressões
que lhes foram ensinadas, mas não são capazes de produzir ou
compreender uma única conversa simples, que qualquer criança de
três anos trava diariamente com outras crianças ou com adultos,
muito embora tenham um aparelho fonador que lhes permite uma
performance
vocálica
parecida com a humana.
Dizemos
que a competência
linguística
é o módulo
(módulo
cognitivo exclusivo da
linguagem)
da mente humana em que todos os conhecimentos sobre a fonologia, a
morfologia, o léxico, a sintaxe, a semântica e a pragmática de uma
língua estão armazenados.
O
desempenho linguístico,
isto é, o uso da linguagem, envolve a conjugação do
conhecimento linguístico junto a inúmeros outros tipos de
conhecimento (muitos
outros módulos da cognição humana). Se a competência
linguística é modular, o desempenho é
necessariamente não modular, ou intermodular.
A
competência modular e o desempenho intermodular
Devemos
entender que a competência diz respeito apenas ao conhecimento
linguístico – algo estático e isolado na anatomia modular que
atribuímos à mente humana na linguística gerativa –, ao passo
que o desempenho é o uso dinâmico desse conhecimento de maneira
integrada a muitos outros tipos de cognição não especificamente
linguística.
|
A
competência linguística envolve muitas habilidades: o controle
motor dos
músculos do aparelho fonador durante a produção da fala, a nossa
memória,
necessária para recuperamos na mente as informações sobre as quais
queremos falar; a nossa concentração,
necessária para focarmos no assunto de que falamos; as nossas
emoções,
necessárias para nos colocarmos numa certa perspectiva em relação
à pessoa com que falamos ou em relação ao assunto de que falamos;
as nossas interações
sociais,
necessárias tanto para sabermos o que devemos e podemos falar em
certos contextos, quanto para sabermos o que não devemos ou não
podemos falar em noutras situações, necessárias também para
sabermos inconscientemente os tipos de conhecimentos que
compartilhamos com as outras pessoas presentes no ato da fala.
Para
o gerativismo, linguagem
e
uso
são
interpretados como grandezas muito diferentes. Os gerativistas
afirmam
que existem assimetrias entre o que sabemos
sobre
uma língua e o que fazemos
com
a linguagem. Isto é, o gerativismo assume que o nosso saber
linguístico não
é a mesma coisa que o nosso fazer
linguístico.
Uma clara ilustração das assimetrias entre saber
e
fazer
são
os casos dos deslizes
da linguagem.
Um
deslize da linguagem, chamado em inglês de slips
of the tongue,
acontece quando uma forma concretamente realizada durante o
desempenho linguístico é diferente da maneira como essa mesma forma
deve estar representada no conhecimento linguístico.
Quando
as
palavras fazem
parte da competência linguística, mas, por alguma razão, na hora
de articulá-las, isto é, no momento do desempenho linguístico, há
um erro no processamento dos fonemas, aconteceu
um deslize
da linguagem.
Por
exemplo: “Gente, está na hora de bortar o colo”
(“cortar o bolo”)
Ou
quando se pretende
utilizar uma forma linguística, mas, no momento do
desempenho, há uma falha no processamento da posição linear dos
sintagmas e duas palavras trocam de lugar, ocorre um deslize de
linguagem.
Por
exemplo: “Ah, seu burro! Pulmão não tem peixe.” (“Peixe
não tem pulmão”)
Linguagem
e uso
Foi
em seu livro de 1965, intitulado Aspectos
da teoria da sintaxe,
que Chomsky propôs claramente a separação entre competência e
desempenho linguísticos. É possível dizer que, para a maioria
dos gerativistas, a dicotomia
chomskiana
captura ainda hoje um importante fato a respeito da linguagem
humana: “língua é língua” e “uso é uso”, ou seja,
sabemos coisas
sobre a linguagem e fazemos
coisas com a
linguagem. No gerativismo, as duas realidades não se confundem.
Não obstante, muitos linguistas e cientistas da cognição não
concordam com essa divisão teórica entre saber e fazer.
Numerosos psicolinguísticas, funcionalistas e sóciocognitivistas,
dentre outros estudiosos contemporâneos,
afirmam que a dicotomia
de Chomsky não
tem razão de ser. Para Adele Goldberg (da Universidade de
Princeton, EUA), por exemplo, no conjunto dos sistemas cognitivos
humanos, “língua é uso” e “uso é língua”, isto é,
nossa linguagem só existe pelo uso que dela fazemos e tal uso é
a própria linguagem. É possível que as discussões
contemporâneas sobre a oposição linguagem
X uso
levem a uma
rediscussão da dicotomia chomskiana, seja para a sua confirmação
ou para a sua superação.
|
Usamos
o termo deslize
porque
se trata de fenômenos que acontecem esporadicamente durante o
desempenho linguístico de uma pessoa. No caso, a REPRESENTAÇÃO
linguística
pretendida pela pessoa era uma, mas, no momento de sua realização
concreta, ocorreu um problema de ACESSO
a
tal representação e a forma final produzida não correspondia à
forma inicial pretendida. O fato de que os deslizes são um equívoco
no desempenho linguístico e não um problema na competência dos
falantes torna-se claro quando as próprias pessoas que cometem os
deslizes reconhecem a assimetria entre representação
e
acesso
e
imediatamente se corrigem.
Na
estrutura modular da cognição humana, as emoções não podem
sercaracterizadas como componentes do módulo da linguagem e, assim,
não desempenham papel na estrutura do conhecimento linguístico, o
nosso saber.
Não obstante, emoções são um dos inúmeros fatores que
influenciam o comportamento humano e, assim, muito contribuem para a
natureza da performance
linguística,
o nosso fazer.
O
gerativista
é um estudioso da competência
linguística.
Seu objetivo é formular uma teoria que descreva e explique o que é
o conhecimento de uma língua. O uso do conhecimento linguístico de
maneira integrada aos outros domínios da cognição é objeto de
estudo da psicolinguística.
-
O
Problema de Platão
Platão,
filósofo grego, demonstrou, em diversos momentos de sua obra, sua
perplexidade diante da capacidade humana de acumular conhecimentos e
habilidades, apesar da existência breve
e tumultuada comum a cada membro de nossa espécie. Bertrand Russel,
filósofo inglês do século XX, traduziu com grande clareza a
inquietação platônica:
Transpondo
para o nosso campo de estudo, a Linguística: como é possível
que uma criança humana, após alguns poucos anos de contato com a
língua de seu ambiente, sem passar por treinamento intensivo
explícito e sem ao menos possuir um sistema neurológico completo,
seja capaz de adquirir o conhecimento linguístico? Por que,
aparentemente, apenas os humanos conseguem adquirir uma competência
linguística? Por que os outros
animais não conseguem?
Praticamente
todos os conhecimentos que
os seres humanos adquirem dependem de informações advindas de seu
ambiente biossocial. A transmissão cultural humana não é um
milagre que simplesmente acontece de geração para geração
(conforme
afirmaram os Sofistas).
O problema de Platão nos indaga, justamente, sobre como é possível
aprendermos a cultura de nosso ambiente. A
aquisição
da linguagem ou de qualquer tipo de conhecimento socialmente
compartilhado só é possível para um organismo que seja capaz de
aprender.
Animais,
por exemplo, são organismos capazes de aprender diversos tipos de
conhecimento, mas não o conhecimento linguístico, dentre muitos
outros que lhes são inacessíveis. Por sua vez, humanos são
organismos capazes de adquirir competência linguística e muitos
outros tipos de conhecimento, mas logicamente há no universo muito
mais do que aquilo que de fato chegamos a conhecer.
Existem
várias respostas logicamente possíveis para o problema de Platão.
Eis uma: as crianças aprendem a linguagem através da imitação da
fala das outras pessoas. Chomsky indicou que o mero contato com os
estímulos linguísticos nas interações socioculturais, seja pela
pura imitação ou pela instrução explícita, não pode explicar
como chegamos a desenvolver um conhecimento linguístico tão
específico sobre a fonologia, a morfologia, o léxico, a sintaxe, a
semântica e pragmática de uma língua natural.
-
O
Argumento da Pobreza do Estímulo
Na
essência dos argumentos sofistas contra o problema de Platão estava
a pressuposição de que o ser humano não possui nenhuma dotação
natural para desenvolver uma cognição. De acordo com esse
pensamento, os humanos seriam ao nascer como uma folha de papel em
branco ou uma tabula rasa, isto é, seriam um organismo sem
qualquer pré-programação para certos tipos de cognição ou de
comportamento. O corolário dessa ideia é a hipótese de que a
aquisição do conhecimento humano decorre exclusivamente dos
estímulos a que somos expostos. Seria tão somente a experiência na
interação com o mundo biossocial que inscreveria impressões sobre
a folha em branco e preencheria a tabula rasa.
Chomsky
formulou duas fortes objeções à hipótese da tabula
rasa:
-
o
primeiro argumento ficou conhecido como o problema lógico da
aquisição da linguagem: os
estímulos que uma criança recebe durante os anos de
aquisição da linguagem são finitos, por mais ricos e
diversificados que possam ser. As crianças recebem estímulos de
seu ambiente durante dois, três ou quatros anos, período finito ao
fi nal do qual o conhecimento linguístico parece ter sido atingido
plenamente. Porém, ao fi m do processo de aquisição da linguagem,
a competência linguística que a criança adquiriu não é um
sistema que gere apenas produtos fi nitos. As frases e os discursos
que as crianças podem produzir e compreender após a aquisição da
linguagem são ilimitadas, potencialmente infinitas, e
não apenas a reprodução dos padrões detectados nos dados fi
nitos apresentados no estímulo. A criança não se limita a
reproduzir os estímulos que recebeu, antes, ela age criativamente,
produzindo e compreendendo enunciados inéditos. O problema lógico
está aí: como é possível que um número finito de estímulos dê
origem a um sistema que gere produtos infinitos?
Com
esse argumento, Chomsky sustenta que não é logicamente possível
criar outputs infinitos a partir de inputs finitos, ou
seja, é impossível criar uma competência linguística com base
apenas nos estímulos linguísticos. Para ele, as crianças deveriam
completar os dados da experiência com algum filtro (organismo) que
transformasse o input finito num output infinito.
-
o
segundo
ficou conhecido como o argumento
da pobreza de estímulos.
O argumento da pobreza de estímulo sustenta, na verdade, que o
conhecimento preciso e elaborado que a criança constrói sobre a
estrutura da sua língua não pode ser deduzido unicamente a partir
das informações contidas nos estímulos linguísticos, por mais
ricas que sejam. Os estímulos, segundo Chomsky, são pobres porque
não possuem todas as informações necessárias para a aquisição
do conhecimento linguístico. De acordo com Chomsky, a criança deve
deduzir por si própria uma grande quantidade de informações, sem
as quais os estímulos para pouco serviriam. Um dos belos fatos
sobre as línguas naturais é que elas permitem com que falemos o
que quisermos, ao mesmo tempo em que nos impelem a fazê-lo de uma
determinada maneira. Trata-se, portanto, de uma propriedade
estrutural da língua, a qual deve ser adquirida pela criança. O
argumento da pobreza de estímulo sustenta, precisamente, que uma
regra complexa como a ligação de anáforas e de reflexivos tem de
ser deduzida pela criança. Tal regra não pulula espontaneamente
dos estímulos. Os estímulos são pobres, isto é, não possuem
todas as informações necessárias para o aprendizado. A criança
precisa estar equipada com uma “máquina de aprender sintaxe”
muito potente para poder aprender a lógica por detrás das anáforas
presentes nos estímulos.
Além
do conhecimento sobre a estrutura de frases, nossa competência
linguística armazena também informações sobre o uso
contextualizado da língua em situações de interação
sociocomunicativa. Chamamos esse tipo de conhecimento de competência
pragmática. Com essa competência, somos capazes de
identificar, por exemplo, sobre o que falamos numa dada conversa,
qual é o tópico do discurso, qual é o foco da informação, que
dados são relevantes ou não num diálogo, que tipo de pormenores
podemos desprezar num determinado assunto, e daí por diante. Nesse
caso, o argumento da pobreza de estímulos irá questionar: como
conseguimos simplificar ao máximo todas as infinitas possibilidades
lógicas de inferência num dado momento comunicativo e nos atermos
ao que de fato é pragmaticamente relevante?
O
que a criança precisa fazer para tornar-se um usuário normal da
língua é intuir corretamente os sentidos das expressões com que
se depara em certos momentos comunicativos, de modo a evitar a
quantidade enlouquecedora de possibilidades lógicas de inferência?
O filósofo Willard Van Quine (1908-2000) denominou esse problema de
“o escândalo da indução”. Esse “escândalo” é o
seguinte: como é possível as crianças observarem tão bem um
conjunto finito de eventos de modo a fazer generalizações corretas
a respeito de todo evento futuro daquele mesmo tipo? Como elas
conseguem rejeitar de maneira apropriada o número infi nito de
generalizações irrelevantes, embora logicamente possíveis, a
partir da observação original de um evento? As
crianças conseguem descobrir que o
mundo funciona de uma determinada maneira, e que é essa a maneira
que deve ser levada em consideração ao fazer inferências sobre o
uso da linguagem.
É
exatamente essa capacidade de filtrar informações e focar-se no
que é relevante que chamamos de competência pragmática. Mais uma
vez, os estímulos do ambiente não fornecem todas as pistas
explícitas sobre quais inferências são corretas e quais não são.
As inferências devem ser processadas pela mente das crianças. Os
estímulos são pobres, isto é, não detalham tudo o que é sufi
ciente e necessário para a aquisição do conhecimento. Para se
tornar um falante normal da língua, a criança deve possuir,
portanto, em sua mente uma robusta “máquina de aprender
pragmática” que possa atribuir coerência aos estímulos
linguísticos e comunicativos.
A
suntuosa complexidade de nosso vasto conhecimento linguístico não
é dedutível espontaneamente pelos estímulos do ambiente
biossocial. Tais estímulos devem ser ativamente interpretados pela
mente humana de modo a serem transformados em conhecimento. Deve
haver, deste modo, algo em nossas mentes que consiga extrair
informações dos estímulos e dar-lhes consistência. É isso o que
propõe Chomsky com a hipótese do inatismo linguístico.