Professores
Ivo
da Costa do Rosário e
Mariangela Rios de Oliveira
1) Frase:
definição
Autor
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Conceito
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Melo
(2001, p. 8)
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Palavra
ou conjunto de palavras que formam sentido completo.
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Luft
(2002, p. 11)
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A
menor unidade autônoma da comunicação. Autonomia no plano
significativo − uma intenção comunicativa definida − e no
plano significante − uma linha completa de entoação
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Cunha
e Cintra (2001, p. 19)
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É
um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de
comunicação. A frase é sempre acompanhada de uma melodia, de
uma entoação
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Rocha
Lima (1999, p. 232)
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É
uma unidade verbal com sentido completo e caracterizada por
entoação típica: um todo significativo, por intermédio do qual
o homem exprime seu pensamento e/ou sentimento. Pode ser
brevíssima, construída às vezes por uma só palavra, ou longa e
acidentada, englobando vários e complexos elementos
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Kury
(2003, p. 13)
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É
a unidade de comunicação entre falante e ouvinte, entre escritor
e leitor
|
Assim, consideradas suas distinções e de acordo com as definições apresentadas inicialmente, classificamos como frases da língua tanto "Fogo!"; quanto "O prédio está em chamas!".
2) Frase: Classificação Simples e Usual
É encontrada basicamente em todos os manuais de língua portuguesa e que divide os padrões referidos em três tipos:
a) Interjeição: considerada um “tipo rudimentar de frase” (CARONE, 1991, p. 47), é vista como constituinte dotado de sentido, marcada por entoação e fortemente vinculada ao contexto situacional em que é produzida. São exemplos, entre outras, desse tipo frasal: Epa! Ui! e Hein?.
b) Frase nominal: é a frase sem verbo, que tem como núcleo um nome de natureza substantiva, adjetiva ou adverbial. São exemplos de frases nominais expressões como: Que beleza! Perto dos olhos, longe do coração. Casa de ferreiro, espeto de pau.
c) Frase verbal: é a frase constituída de verbo, também chamada oração. Trata-se do tipo frasal mais frequente na língua portuguesa. Incluem-se nesse tipo de frase, que será tratado com mais detalhes a seguir, enunciados como: Você está uma beleza! Que tipo de espeto o ferreiro usa em sua casa?
Um traço característico da frase, que concorre para a totalidade de sentido que declaramos, é a marcação entoacional que a acompanha, tanto na modalidade escrita quanto na modalidade falada. Assim, no texto escrito, devemos regularmente iniciar a frase com letra maiúscula e finalizar com ponto. Na modalidade falada, a pausa maior ou menor costuma marcar o início e o término da frase; essa pausa da fala corresponderia, na escrita, à vírgula (pausa menor) e ao ponto (pausa maior).
3) Frase: Classificação de Rocha Lima (1999, p. 233)
a) Declarativa: a frase mais comum, usada para anunciarmos um fato, darmos uma notícia, enfim, fazermos asserções. No texto escrito, é encerrada com ponto final, como em:
(1) Ele conhece o caminho do sucesso.
(2) O trabalho está perfeito.
b) Interrogativa: utilizada para formularmos perguntas. É finalizada no texto escrito pelo ponto de interrogação:
(3) Ele conhece o caminho do sucesso?
(interrogativa fechada, resposta = sim ou não)
(4) O que é perfeito?
(interrogativa aberta, resposta incide sobre um dos termos da oração, no caso o pronome “o que”)
c) Imperativa: tem a função de chamar a atenção, de convocar, de incitar alguém a tomar ou não uma atitude. Em geral, usa-se na escrita com ponto de exclamação:
(5) Aprende o caminho!
(6) Seja perfeito!
d) Exclamativa: expressa uma emoção ou condição interior (alegria, raiva, medo, repulsa, etc.). Como a frase imperativa, também costuma vir finalizada, na modalidade escrita, por ponto de exclamação:
(7) Que sucesso!
(8) Quanta perfeição!
e) Indicativa: sintetiza um pensamento, como se fosse uma declaração padrão, um ritual da comunidade linguística para certas ocasiões. Por estar muito vinculada ao contexto de sua produção, costuma ter pequena extensão:
(9) Boa sorte! (para quem vai fazer uma prova)
(10) Tudo bem? (saudação ao passar por um conhecido)
Obs.: Ainda de acordo com Rocha Lima (1999, p. 234), as frases do português podem se classificar também em afirmativas ou negativas. Assim, por exemplo, em relação às frases declarativas afirmativas (1) e (2), teríamos, respectivamente, as correspondentes negativas:
(11) Ele não conhece o caminho do sucesso.
(12) O trabalho não está perfeito.
4) Estrutura Oracional
De acordo com Azeredo (1995, p. 30), a oração “apresenta normalmente uma estrutura bimembre (...) centrada em um verbo com o qual se faz uma declaração (...) sobre um dado tema”. O caráter dual da oração também é referido por Rocha Lima (1999, p. 234), que a define como a frase “que se biparte normalmente em sujeito e predicado”.
Ambos os autores ressaltam o sujeito e o predicado, ou o tema e a declaração, como os componentes básicos da unidade a que chamamos oração. A ressalva, por intermédio do advérbio normalmente, se dá por conta da possibilidade de haver oração sem sujeito, mas não sem predicado.
Não há unanimidade entre os gramáticos e estudiosos sobre os níveis hierárquicos da oração. Alguns, como Azeredo (1995), consideram que o sintagma verbal (SV) é o grande constituinte oracional, ficando o sujeito (SN) num plano mais baixo; outros, como Cunha e Cintra (2001) e Kury (2003), veem a oração como uma unidade de nível superior, formada por duas estruturas de mesma hierarquia – SN e SV - dentro da organização oracional padrão: a sequência sujeito (ou tema) + predicado (ou declaração).
Ou seja, a estrutura oracional do português é constituída com maior frequência por frases verbais declarativas e afirmativas na ordem sujeito (ou tema) + predicado (ou declaração).
5) Conceito e Função do Período
Segundo Kury (2003, p. 15), “PERÍODO é o enunciado, de sentido pleno, constituído de uma ou mais orações, e terminado por uma pausa bem definida”, sendo que na modalidade escrita, essa pausa pode ser codificada por variadas marcações, como ponto (final, de exclamação, de interrogação), reticências, entre outras.
Conforme Cunha e Cintra (2001, p. 121), período se define como “a frase organizada em oração ou orações”.
Em Azeredo (1995, p. 33), encontra-se que o período “é a maior unidade da estrutura gramatical”, aquela de maior extensão e complexidade a que se pode chegar no nível sintático estrito, pois é dentro dessa entidade que identificamos e classificamos os sintagmas da língua portuguesa (análise sintática).
O período formado por uma só oração (que recebe o rótulo de absoluta) é denominado simples, enquanto o composto pode ser constituído por duas ou mais orações. Quando o período é classificado como simples, a oração que o constitui.
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